lunes, 2 de abril de 2018

JOJOSCOPE CONEXAO BRASIL JAPAO




Posted: 27 Mar 2018 09:12 AM PDT
A escritora japonesa Eiko Kadono (角野栄子) recebeu, na última segunda-feira, 26 de março,
 o prêmio Hans Christian Andersen de 2018, uma espécie de Nobel da literatura infantil, durante a
 Feira de Livros Infantis de Bolonha, na Itália. Sua obra mais famosa provavelmente é
 “Majo no Takkyubin” (“Serviço de Entregas da Kiki”), de 1985, que foi 
adaptada para animação pelo diretor Hayao Miyazaki em 1989. A história é sobre a 
jovem bruxa Kiki, que sai de casa aos 13 anos para morar sozinha por um ano, como manda
 a tradição das bruxas, usando seus próprios talentos para sobreviver. Para isso, Kiki, como
 qualquer adolescente, enfrenta situações que a desafiam a conquistar confiança em si própria e 
a afirmar sua identidade.
                                   Eiko Kadono, prêmio Hans Christian Andersen de 2018 Cortesia da Foto: Universidade de Waseda                                                Kiki’s Delivery Service, adaptação para animação por Hayao Miyasaki. “Ruijinho Shonen – burajiru o tazunete”,
 conto baseado em suas vivências no Brasil
Um aspecto curioso da vida de Eiko, mas que influenciou muito a sua carreira como escritora, é que 
ela viveu no Brasil por dois anos. Pouco depois de se formar em Literatura Inglesa pela
 Universidade Waseda, em 1957, ela emigrou para o Brasil, em 1960. Estava, então, com 
25 anos, e sempre tivera muita vontade de conhecer o mundo. Depois, viajou pela Europa, 
Estados Unidos e Canadá, e voltou ao Japão. Em uma entrevista a um portal de notícias da
 Waseda, concedida em 2015, Eiko contou que foi um antigo professor da faculdade que a 
 incentivou a escrever sobre sua experiência no Brasil. E assim nasceu o seu primeiro 
romance, com o título “O Brasil e meu amigo Luizinho”. Desde então, escreveu cerca de 
200 obras, muitas delas traduzidas para várias línguas. Infelizmente, no Brasil
não há nenhum título seu publicado por editoras brasileiras. 
Para Eiko, a imaginação é uma das grandes características humanas, que ajuda a abrir 
portas para a criatividade e para interagir de forma global. “Mesmo sem entender
 português quando me mudei para o Brasil”, conta ela nessa mesma entrevista, “
eu tentava usar as poucas palavras que sabia para me expressar, e conseguia me 
comunicar combinando algumas delas e ajustando a entonação da voz”.   
Segundo os responsáveis pela premiação desta semana, há um inefável charme e
 compaixão no trabalho da escritora. “Embora Kadono tenha viajado muito pelo mundo,
 suas histórias estão profundamente enraizadas no Japão e nos mostram um Japão 
cheio de pessoas inesperadas.”
Além de Eiko, que recebeu o reconhecimento como escritora, o prêmio Hans Christian Andersen
 também foi dado ao artista russo Igor Oleynikov, por seu trabalho como ilustrador.  
                                                  
Foto da ilustradora e escritora brasileira Lúcia Hiratsuka, que esteve presente na feira(Colaboração de Chiaki Karen Tada, especial para Jojoscope)